O Viajante

Eu tinha tanta fome de ir embora,
Pra ver a vida como a vida era,
Pra aquele teu conselho eu não liguei,
Agora eu vejo o quanto me enganei.

Manda-me um bilhete de regresso 
ou venha me buscar não ando bem.
Pensei que abandonar-te era progresso
Mas sem o teu amor não sou ninguém.

Peguei a minha herança e fui embora
De todos os manjares eu provei
Não houve nada que eu não fiz lá fora,
Mas nem por isso eu me realizei.

Manda-me um bilhete de regresso 
ou venha me buscar não ando bem.
Pensei que abandonar-te era progresso
Mas sem o teu amor não sou ninguém.

Dinheiro, amores, drogas, malandragem
Eu tinha tudo isso e muito mais
Gastei a minha herança na viagem,
Comprei a vida mas não tenho paz.

Manda-me um bilhete de regresso 
ou venha me buscar não ando bem.
Pensei que abandonar-te era progresso
Mas sem o teu amor não sou ninguém.

Eu vi a vida como a vida era,
E vi que a vida, às vezes, dói demais,
Viver sem teu amor é uma quimera
Eu volto a ser teu filho pra ter paz

Manda-me um bilhete de regresso 
ou venha me buscar não ando bem.
Pensei que abandonar-te era progresso
Mas sem o teu amor não sou ninguém.

Aos poucos eu ensaio aquele abraço
Que um filho arrependido dá no pai,
Na hora em que eu voltar ao teu regaço,
Te juro que eu não saio nunca mais.

Manda-me um bilhete de regresso 
ou venha me buscar:não ando bem.
Pensei que abandonar-te era progresso
Mas sem o teu amor não sou ninguém.


Composição: Padre Giosy Cento